Era uma vez, um menino que morava dentro da boca de um sapo.

O sapo tinha a boca muito larga e o menino era muito, muito pequeno, de forma que ele cabia dentro da boca do sapo!

Mas como este estranho fato aconteceu ?

Certa manhã, o sapo passava próximo à beira de uma lagoa a procura de insetos, pois sapos comem insetos - viu algo se mexer em meio do capim e pensou:

-Oba! um gafanhoto! E logo lançou sua comprida língua para apanhar sua refeição.





Mas o sapo levou um susto! Percebeu que não era um gafanhoto, nem qualquer outro inseto! Era um menino! Sim! - muito pequeno. O sapo não quis engolir aquele pequeno menino que lhe pareceu tão assustado e perguntou:

Eu sou o Sapo, quem é você?
O menino, meio confuso respondeu: - não sei!
-De onde você veio?
-Não sei!
-Onde você mora?
-Não sei
Qual o seu nome?
- Não sei!





O sapo ficou com muita dó daquele menino tão pequeno e desamparado, e resolveu cuidar dele, pois caso contrário, o menino poderia ser engolido por qualquer bicho daquela floresta! Sem perde tempo, o sapo enrolou o menino em sua comprida língua e o puxou para dento da sua boca! O menino ficou meio assustado, mas como não foi engolido, logo percebeu que lá era um lugar legal.





Como o menino não tinha nome, o sapo resolveu chama-lo apenas de Menino, e o menino, por sua vez, chamava o sapo apenas de Sapo.

Assim começou a surgir uma grande afeição e amizade entre o Menino e o Sapo.

Para onde o sapo fosse, levava consigo, o menino dentro de sua boca. O menino ficava apenas com a cabeça para fora olhando tudo ao redor, mas à toda hora saída da boca do sapo para buscar frutinhas e brincar, mas não por muito tempo, pois logo voltava para a boca do sapo. Quando chegava a noite, o sapo fechava sua boca e o menino dormia lá dentro . A língua do sapo era quentinha e macia, como se fosse um colção.





Mas o menino gostava mesmo quando o sapo pulava - boing... boing ... boing, era melhor do que qualquer outro brinquedo!!

-Vamos sapinho,! Vamos! Pula! Pula! Yuupi!





Os dias foram passando e o menino sempre a acompanhar o sapo. Certa noite, sapo se afastou da beira do lago seguindo em direção a uma colina. Lá de cima da colina o menino avistou umas luzes bem ao longe e perguntou:

-Sapo? O que são aquela s luzes?
-São as luzes da cidade!
-O que é cidade?
-É um lugar que está cheio de gente como você! só que bem maiores!
O menino ficou pensando.... Será que foi de lá que eu vim? E falou para o sapo:

- Sapo? - Me leva na cidade?
- Não! é muito perigoso! A cidade é cheia de carros, caminhões, ônibus, há também cachorros, gatos e pessoas muito grandes. Eu não vou para lá! Tenho medo que passem bem por cima de mim! E eu vire um sapo amassado, como uma folha seca!!





No entanto, o menino pôs-se a imaginar o que seria tudo aquilo que o sapo disse..pessoas grandes? cachorro? carro?.....Será que havia gente igual a ele? Seria daquele lugar chamado cidade que ele teria vindo?

E a cada dia que passava, o Menino insistia para o sapo leva-lo para a cidade, até que certa manhã o sapo disse:

-Bem se você quer tanto ir - então vá ! - Mas eu não vou com você porque cidade não é lugar para sapos! Não quero morrer esmagado!

O Sapo, então, começou a descer a colina,quando chegou perto da cidade, o sapo parou e disse.

-Muito bem! Eu fico por aqui! - agora você pode ir, mas tome muito cuidado, tudo lá é muito grande. Ficarei aqui esperando por você! Não se esqueça: - muito cuidado!

O Menino não hesitou: foi descendo a colina, ansioso para chegar.





Enquanto se aproximava, via que tudo era enorme mesmo ...! Viu carros, ônibus, caminhões, casas, prédios, nossa... tudo diferente da floresta. Logo começou a ver as pessoas: eram gigantes!! Tinham pés enormes...., ele tinha que se cuidar para que não pisassem nele! Ele também não conseguia falar com elas, pois eram muito altas, nem ouviam sua voz.

De repente ...... –viu um enorme pneu de carro vindo sem sua direção - ele teve que se jogar para que o carro não passe por cima dele... e logo depois, quase uma bicicleta não o atropela!

-Ufa! Escapei!

Continuou andando e viu crianças brincavam com uma bola - mas que crianças grandes!! - é melhor eu sair correndo, antes que essa bola me acerte - disse o Menino.





Assim o Menino passou o dia na cidade a se desviar-se de tantos objetos estranhos que poderiam te-lo atingido. Já no final do dia, viu uma “coisa” muito estranha correndo em sua direção, fazendo um baita barulho au! au! rrro... au! au! rrro...au!

-Era um cachorro! pensou... - aihhh essa coisa vai me pegar! Sorte que viu uma latinha vazia jogada na calçada. Ele se jogou para dentro da lata, mas o cachorro também tentou enfiar o focinho dentro dela e a fez a lata rolar ladeira a baixo com o menino dentro . A lata parou ao pé de uma árvore. O Menino saiu de lá meio zonzo de tanto rolar - Puxa! escapei do cachorro!

Porém, logo alguém recolheu a lata e a jogou dentro de um grande caminhão cheio de lixo!

- Ainda bem que saí da lata, por pouco eu não paro no meio no lixo! E correu a se esconder em um buraco que encontrou no pé da árvore. Ah!,quero voltar para a floresta, se ficar aqui vou morrer!!





O Menino esperou cair a noite para sair da cidade e começar a subir a colina. Assim que o avistou seu amigo sapo, sentiu um grande alívio e disse:

-Sapo, Sapo! Que bom que te encontrei! - Me leva de volta para a floresta ! - Não quero mais ficar na cidade!

O Sapo ficou muito contente por reencontrar seu amiguinho e ver que nada de mal havia acontecido com ele: tinha conseguido voltar são e salvo!

O sapo abriu a boca e o menino pulou lá dentro e voltaram para a floresta em meio a noite.





Já era de manhã, quando chegaram à beira do lago, e lá tiveram uma surpresa: Havia uma cegonha, um homem e uma mulher com um bebê no colo, bem pequeninos! Muito parecidos com o menino.

A mulher exclamou! - meu filho! Meu filhinho - você é meu filhinho querido!!

O casal correu para abraçar o Menino que não estava a entender nada!





Abrindo seu grande bico a cegonha começou a falar e explicou ao Menino:

- Bem...quando eu levava você para a casa de seus pais, uma forte tempestade atingiu meu voo! - Fui arrastada para longe! - Os ventos eram tão fortes que você caiu do meu bico!

-Quando a tempestade passou, não consegui encontra-lo! - Eu perdi você! Quando dei a notícia a seus pais, eles ficaram muito tristes...mas prometi a eles que eu iria encontra-lo !

- Assim continuei a procurar por você, dia após dia! Até que ontem, lá do alto do céu, reconheci este lago, como o lugar que eu sobrevoava, quando você caiu do meu bico!

Fui buscar seus pais e aqui estamos! - sei que é você o filhinho deles porque o pano de sua roupa é igual ao pano no qual você estava embrulhado e pendurado em meu bico!





Porem o tempo, subitamente, mudou e uma forte tempestade atingiu meu voo! - Fui arrastada para longe! - Os ventos eram tão fortes que você caiu do meu bico!

- Quando a tempestade passou, não consegui encontra-lo! - Eu perdi você!

- Quando dei a notícia a seus pais, eles ficaram muito tristes, mas prometi a eles que iria encontra-lo!

- Assim continuei a procurar por você, dia após dia! Até que ontem, lá do alto do céu, reconheci este lago, como o lugar que eu sobrevoava, quando você caiu do meu bico!

Fui buscar seus pais e aqui estamos! - Sei que é você o filhinho deles porque o pano de sua roupa é igual ao pano no qual você estava embrulhado, quando você caiu do meu bico!





-AH! meu filhinho!! Disse a mãe –Você nem sabe o quanto eu e seu pai sofremos todo esse tempo a procura de você! - Agora estamos muito felizes porque finalmente o encontramos!

Viemos busca-lo! –Vamos, vamos para nossa casa! - Você faz parte de nossa família, olhe este bebezinho é seu irmãozinho! - Somos duendes, não somos humanos, vivemos numa floresta de duendes, bem longe dos humanos.

Então o Sapo entendeu porque o menino era tão pequeno assim...ele era um duende!





O Menino abraçou e beijou seus pais e seu irmãozinho várias vezes, de tanta felicidade. Agora ele sabia quem ele era, de onde tinha vindo e quem eram seus pais! e também como havia surgido na beira daquele lago! Vejam só..... caiu do bico de uma cegonha! -Sapinho! Sapinho! - veja encontrei meus pais! Eu estou feliz! disse o Menino.

Nesta hora, o menino percebeu que os olhos do sapo se encheram de lágrimas! Agora ele, Menino, teria uma família, mas ficaria longe do seu amigo sapo, de quem tanto gostava! O Menino também se entristeceu, olhou para o sapo, pensou um pouco e disse:

- Papai, mamãe, irmãozinho! ! Fiquei muito, muito feliz em encontra-los ! Mas eu não vou com vocês! Eu quero ficar! Este é meu lugar! Não quero deixar meu amigo sapinho.

Os pais entenderam o Menino. Estavam já muito felizes por te-lo encontrado! Sabiam que ele ficaria em muito boa companhia e agradeceram ao Sapo por ter cuidado de seu filhinho por todo esse tempo.





A cegonha, por sua vez, prometeu trazer os pais do menino para visita-lo, todas as vezes que eles sentissem saudade de seu filho.E logo que se despediram, o Menino pulou para a boca do Sapo, que todo feliz começou a pular:

- Vamos Sapinho! Vamos! - Boing.. boing...boig.. - Yupi!!, gritou o Menino!

- Agora sei que sou um duende... Yupi! ! ... - Papai! Mamãe! Irmãozinho ! -Voltem sempre... Yupi!

Ah! mas assim que seus pais se foram, ele lembrou que havia esquecido de fazer uma pergunta a seus pais: - qual seria o seu nome?

E pensou..., mas o que importa: - eu sou o Menino!

- Yupi! Sapinho, Yupi! -

- Pula-pula




Autora: Veranice Galha

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